quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ser pai, e ser filho...


"E talvez, se você conseguisse ver nos meus olhos tudo aquilo que a voz não consegue dizer. Você saberia que o que eu sinto por você, não tem tamanho nem fim, simplesmente existe, da forma mais bonita" [Caroline Prates]


Eu sei, eu não sou a menina dos teus olhos, tão pouco algo que você se orgulhe. Eu não tenho vocação para seguir os teus planos, nem para concordar com a tua teoria sobre a vida. Eu não sou o que te agrada. Eu tenho tatuagens e a alma repleta de sonhos. É no meu desalinho que encontro o caminho certo, e sigo sempre com os olhos e a cautela do coração. Eu sou todo o inverso das tuas tradições, mas saiba, eu também sou medo, sou recuo e incertezas.
 Talvez eu não tenha tentado o suficiente para te mostrar que eu não sei dançar na sua trilha, talvez você também já tenha desistido de mim, as vezes sinto a frustração nos teus olhos, e sabe, isso dói tanto, dói como se me dividisse em tantos pedacinhos miúdos que já nem me vejo mais. Deve ter sido um erro do destino ou da genética, essa minha cabeça virada pra lua, essa mania de ficar procurando estrelas em dias de chuva.
 Eu te juro, queria ter herdado essa sua razão, seus pés no chão, sua vocação para ser forte, mas não deu.
 Eu sei que não sou uma pessoa ruim, mas também não sou o que você sonhou que eu fosse, e eu não consigo mudar, eu sou assim, nasci assim e tudo que eu posso fazer é te amar, porque você, cara, você é o grande amor da minha vida. Não se trata de um amor comum, desses de filmes e novelas, mas um amor puro, incondicional e verdadeiro, um amor sem fim. Você é parte de mim, mesmo que eu tenha me limitado a puxar apenas seus olhos castanhos. 
Não tivemos muitas conversas, mas das poucas que houveram eu me senti sentada na platéia da vida, olhando o astro mais incrível em ação, e por mais que você falasse sobre suas experiências e apenas usasse parábolas para dar exemplos, tudo que eu ouvia era: "Filha, eu te amo". E no meu silêncio atento eu te dizia: "Eu também te amo, meu pai".

terça-feira, 3 de julho de 2012

Aos vinte


"Não sei ao certo se foi sonho ou um suspiro, aquela última vez em que te vi. E você foi embora tão cedo, sem deixar nenhuma razão, mas eu sei, meu bem, a gente se encontra. A gente se encontra n'um lindo dia de sol, ou sentados na porta do céu" 

A vida passa em um piscar de olhos, então respire mais, corra mais, agradeça por cada instante infinito que o tempo lhe dá. As pessoas que vão embora deixando a falta, são especiais, mesmo que essa falta te acompanhe desde o instante em que você acorda, até a hora de ir dormir, durante toda a vida. Agradeça por sentir saudade, pois saudade é um sentimento que apenas pessoas  incríveis deixam em nossas vidas quando partem para outro lugar, e poucas pessoas recebem o presente de poder estar no convívio delas, mesmo que vivam muitos anos. Sorria e agradeça sempre, seja a um deus ou a força do universo. Sinta a falta, se alegre com a falta e seja a falta pra alguém.  A lua sobe ao céu todas as noites. Abra a sua janela sem medo do frio e aprecie. Aprecie a vida e cada sentimento que faz seu coração acelerar na fração da eternidade. Cante, enquanto há voz, dance enquanto há força para ser paixão, sinta a música e que ela fale sempre de amor. Eu tenho 20 anos e meu nome do meio é saudade, eu não aprendi a ignora-la nem a expulsa-la da minha vida, mas nesse acaso certo que é a minha existência eu descobri que cada  partida trás com ela a esperança de um reencontro, seja daqui a 10 dias ou a 100 anos, ou até quem sabe, de algum outro lugar das estrelas... Enfim, o que eu sei sobre a vida é que mesmo que o tempo passado lhe cause alguma angustia, talvez, se não fizesse tanta falta, não teria sido tão bonito quanto foi.