sábado, 9 de março de 2013

Para viver você





"Pois eu sei que você me sente de alguma maneira,
Você é o mais próximo do paraíso que já estive

[Iris - Goo Goo Dolls]

E se?... E se? Continuo me fazendo essa pergunta todos os dias. E se eu tivesse ficado? E se eu tivesse pedido pra ele ficar? Como seria o mundo hoje com seus olhos castanhos cor de felicidade. E se você tivesse decidido ficar em casa aquela tarde? E se você tivesse feito outro caminho aquele dia? E se eu nunca tivesse te conhecido? E se eu nunca tivesse feito aquele pedido de vir me ver em um dia em que o céu se encontrava tão cinza. Eu deveria saber que depois daquele dia, o céu permaneceria cinza  pra sempre. Eu deveria saber.
E se eu nunca tivesse aceitado aquele convite pra tomar um refrigerante. E se depois do refrigerante eu tivesse decidido nunca mais te ver? E se? E se? A dúvida eterna de como teria sido a vida com você. Apesar dos longos anos que se passaram depois da sua partida, sinto que a dor e a saudade apenas aumentam. Aumenta a dor porque é inevitável fazer com que a memória vá perdendo sua vividez, e sinto que continuo te perdendo todas as manhãs, te perdendo da minha lembrança autêntica que sabia com exatidão os traços do seu rosto e as linhas da sua mão.
Eu vivo com a saudade e a dúvida se havia como ter sido diferente, se entre esses destinos implacáveis havia uma forma, um jeito mágico de te salvar, de ter mudado a sua precoce despedida. E se você tivesse aqui ainda, como seria? Como seria seu rosto hoje? Será que teria cursado direito ou viajaríamos o mundo - como o planejado. Como teria sido seus 18 anos, e os 19, 20 e até o dia em que juramos estar sentados em cadeiras de balanço, com os cabelos brancos e um currículo cheio das histórias que iríamos viver.

 E se? Eu não sei. Nem terei como saber como seria o tempo que a vida nos tomou. E se... Se você pudesse me ouvir eu lhe diria que ainda, apesar de tudo, me lembro de você, diria que a saudade tem seu nome e que você ainda é meu grande amor e eu vou te amar pra sempre, sempre, sempre. 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O dia Mundial da Vida.



"N.E.O.Q.A.V"

Hoje, quando acordei, retornei aos cálculos, a limitada subtração da vida que corre dia após dia. Mas hoje, já não me importei tanto - não como antes. Sinto que algo bonito tem sido feito e independente de quando seja a hora, quando acontecer eu estarei onde deveria estar, com quem quero estar, e com a certeza que fiz o que devia ser feito.  

Ninguém quer perceber que o tempo passa de pressa, ninguém está pronto para entrar no campo de batalha, ninguém está pronto para assumir a consciência que ninguém vive por nós, que ninguém além de nós mesmos somos os responsáveis por cada passo que damos. E no fim das contas, passamos tempo demais adiando os planos, os sonhos, os desejos mais profundos, os amores mais bonitos. No fundo, deixamos coisas demais pra depois, e pensamos - mesmo que com o subconsciente - que não o fizemos por culpa de algo ou alguém. 
Hoje é o dia mundial do amor, da paz, da amizade, dos sonhos.
Hoje é o dia mundial da felicidade, e esse dia é especial porque é hoje.
Hoje é o dia em que colocamos nosso melhor sorriso e batemos na porta de quem amamos para entregar um: "eu senti sua falta" e hoje é o dia mundial do perdão.
Hoje, quando acordei, o passado já não era tão saudoso e o futuro tão temível, porque é hoje e não "outra hora", e sendo assim, nada mais importa. 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Café pra dois


"Medo mesmo eu tenho é das coisas que ficam pra sempre" 

Não é o medo do fim, é o medo implacável da permanência. Da permanente falta que você me faz e me fará para sempre. Medo das coisas irremendáveis que rasgamos. Medo absoluto da consciência que irá me invadir todas as manhãs sobre a solidão, sobre a vida cortante e a minha incapacidade de alterá-la. Medo que tudo permaneça sempre acabando, sem findar em lugar nenhum. Medo de que na velhice eu tenha uma garrafa cheia, porque se esquece e ainda faz café pra dois. Medo de não conseguir esquecer e me lembrar todos os dias aquilo que já passou ha muito tempo.